Nossa! É tanta coisa ao mesmo tempo e de verdade na vida da gente, que vou deixar este texto guardadinho aqui para não esquecer...se quiser, veja que bacana esta reflexão!
Parabéns mulheres, tenhamos uma vida interessante - 08/03/13!!!
Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
Uma
imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional e
mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana,vou ao
supermercado algumas vezes por semana, decido o cardápio das refeições,
telefono para minha mãe, para minha sogra, procuro minhas amigas,
namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas
de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, faço academia,compro
flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de
eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda
semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto,
sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável
que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres. Primeiro: a
dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa
por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois
inclua na sua lista a Culpa Zero. Quando você nasceu, nenhum profeta
adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir
daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe,
acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você
não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é
Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a
delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque
vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre
politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é
atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É
ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para
dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo
para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para
uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua
amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um
trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente
organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência
não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de
memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será
que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher
moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for
mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está
tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o
mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Se o trabalho é
um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e
inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito
mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar
alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é
escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a
vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer
a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da
M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo
isso,francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que
uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado
(ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar
uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.
Martha Medeiros
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