terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Nós e nossas agendas...

De repente vivo um reencontro depois de muitos anos!!!
Tudo está muito parecido: vc, sua amiga, o esposo dela e os quatro filhos deles...
Você esteve lá no início desta história e até antes, nos caminhos da escola... sua casa era um esconderijo para ela e a dela, um esconderijo para você!
Quantas, quantas lembranças de uma época onde tudo era tão novo, tão perigoso... onde as descobertas e as ilusões eram muitas...
Que bela amizade... o corpo muda, muitas outras pessoas entraram em nossas vidas, tantos passos dados, mas... encontrar a amizade no mesmo lugar dentro do coração da gente, mesmo que olhado de forma diferente e mais amadurecido, com toda certeza isso é uma dádiva!
Dádiva esta que encantou o meu coração nesta noite feliz e que agradeço por poder reconhecer no mesmo olhar dela, o brilho do lugar que não foi desocupado... está lá! Ficou!...sigo aprendendo mais um pouco!
Já que este é o meu espaço de reflexões, não posso deixar passar este reencontro... "há pessoas que nos devolvem"... é porque elas nos lembram o barro de que fomos feitos e a beleza que trazemos, mesmo até quando achamos que nem existe tanta beleza assim dentro da gente!!!
Obrigada minha querida amiga Cassinha!
Menina muito bonita, de olhos verdes encantadores, minha amiga top...
Mas sabe de uma coisa, eu aprendi muito mais do seu coração, ou seja, um coração como o seu?! Já vi poucos... tão desprovido de interesses, com um jeito sincero, pacato, discreto e tímido de ser!

Nós e nossas agendas rsrsrs

513 anos de luta pela terra!



Se pensarmos nos 513 anos do Brasil, poderemos refletir também que são 513 anos de luta pela terra. Há que se levar em conta que um país tão extenso em território e vivendo em regime democrático, não deveria ter em grande disputa a questão da terra. Pode-se assim dizer, que terra tem para toda a população brasileira.
            Mas por que tanta luta?! Pergunta comum e debatida há vários anos. Apesar de ser esta uma causa que atravessa os séculos, algumas pessoas podem ainda perguntar: o que vem a ser a luta pela terra?
            A luta por terra é um problema político sério que tem a seguinte configuração: a ocupação da terra como forma e espaço de luta e resistência camponesa; a intensificação da concentração fundiária como resultado da exploração e das desigualdades geradas pelas políticas inerentes ao sistema socioeconômico; a reforma agrária como política pública possível de solucionar o problema fundiário, mas nunca implantada.
            Até hoje no século XXI, essa questão é trágica, e basta lermos, por exemplo, as últimas notícias do que ocorreu em Campos dos Goytacazes – RJ, onde aconteceu assassinato brutal e covarde de Cícero Guedes dos Santos (http://www.uenf.br/portal/index.php/br/cicero-guedes-dos-santos.html) por questões de terras. Também, no início de fevereiro, a morte covarde de Regina dos Santos, no Assentamento Zumbi dos Palmares (http://coneacampos.blogspot.com.br/2013/02/em-menos-de-duas-semanas-tombam-um.html), ambos estão sendo investigados pela polícia de Campos.
Tanto o Cícero quanto a Regina, foram pessoas que buscavam com a própria vida, a distribuição mais justa da terra para o trabalho, e como todo desbravador, eles diziam o que pensavam e lutavam de peito aberto em causa própria, mas também por tantos outros (as) assentados (as).
Em nosso país, existem estes que com seus pequenos sítios, procuram não apenas combater a desigualdade da distribuição da terra, mas também produzir alimentos mais saudáveis e sem agrotóxicos, em contrapartida é bastante comum vastas áreas agrárias, com imensas plantações em monocultura, tomando vários hectares de terra, e com uso indiscriminado de agrotóxicos.
            A partir deste contexto, podemos compreender que a luta não ocorre apenas por hectares de terras, existe a luta pelo direito de cultivar e consumir alimentos saudáveis e sem agrotóxicos. Esta questão é muito séria e não está atrelada apenas a busca pela distribuição mais justa da terra, mas também, a questões de saúde, ou seja, para que nosso país seja um grande produtor de alimentos saudáveis sem contaminação por agrotóxicos.
São muitos os centros de pesquisa no Brasil e no mundo que trabalham com a investigação científica voltada à agroecologia. Esta ciência visa traçar novos rumos para a agricultura na busca pela sustentabilidade. Entre estes centros está a UENF – Universidade Estadual do Norte Fluminense em Campos dos Goytacazes – RJ, onde há projetos de incentivo à agroecologia, que validam não apenas a discussão sobre a terra, como também, e principalmente, o incentivo aos agricultores na produção de alimentos saudáveis que tragam saúde e sabor para a mesa dos brasileiros.
Há que se compreender que em 513 anos de história no Brasil, de acordo com Girardi (http://www2.fct.unesp.br/nera/atlas/luta_pela_terra.htm), a ocupação é a principal estratégia de luta pela terra realizada pelos movimentos socioterritoriais camponeses. Os dados do DATALUTA 2006 mostram que no país, entre 2000 e 2006, foram registradas ocupações de terra realizadas por 86 diferentes movimentos socioterritoriais. Ultimamente, além de lutar contra o latifúndio, os movimentos socioterritoriais camponeses iniciaram a luta contra a territorialização do agronegócio em suas formas mais intensas, e por isso as ocupações têm ocorrido em áreas de produção de soja transgênica, cana-de-açúcar e plantações de eucalipto, por exemplo.
Concretamente, esta é uma questão com muitos pontos de interrogação, este artigo nem traz grandes novidades, porém os enfrentamentos vivenciados pelos pequenos agricultores buscam soluções, assim como algumas instituições formadoras que atuam nesta questão. Isto traz esperança para tantos corações mais justos de trabalhadores como o de Cícero e Regina, que fizeram do seu trabalho, um serviço em prol do desenvolvimento da humanidade de forma saudável e saborosa, para uma vida melhor com maior qualidade.
Dessa forma, esta não é uma luta de assentados, pesquisadores e estudantes pelo país afora; esta é uma luta de todo o povo brasileiro, para que logo, possa ser distribuída a terra de forma justa, e para que possamos ter em nossos lares alimentos que nos permitam uma vida mais longa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O chão foi o meu quadro-negro; gravetos, o meu giz!

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER 

PAULO FREIRE

 A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado - e até gostosamente - a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo.
Ao ir escrevendo este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.
A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em que me movia - e até onde não sou traído pela memória -, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, re-crio, e re-vivo, e no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós - à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço - o sítio das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto - em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber - se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles, nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.
Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto se encarnavam no canto dos pássaros - o do sanhaçu, o do olho-pro-caminho-quem-vem, o do bem-te-vi, o do sabiá; na dança das copas das árvores sopradas por fortes ventanias que anunciavam tempestades, trovões, relâmpagos; as águas da chuva brincando de geografia: inventando lagos, ilhas, rios, riachos. Os “textos”, as “palavras”, as “letras”, daquele contexto se encarnavam também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos; na cor das folhagens, na forma das folhas, no cheiro das flores - das rosas, dos jasmins -, no corpo das árvores, na casca dos frutos. Na tonalidade diferente de cores de um mesmo fruto em momentos distintos: o verde da manga-espada, o verde da manga-espada inchada; o amarelo esverdeado da mesma manga amadurecendo, as pintas negras da manga mais além de madura. A relação entre estas cores, o desenvolvimento do fruto, a sua resistência à nossa manipulação e o seu gosto. Foi nesse tempo, possivelmente, que eu, fazendo e vendo fazer, aprendi a significação da ação de amolegar.
Daquele contexto faziam parte igualmente os animais - os gatos da família, a sua maneira manhosa de enroscar-se nas pernas da gente, o seu miado, de súplica ou de raiva; Joli, o velho cachorro negro de meu pai, o seu mau humor, toda vez que um dos gatos incautamente se aproximava demasiado do lugar em que se achava comendo e que era seu - “estado de espírito”, o de Joli, em tais momentos, completamente diferente do de quando quase desportivamente perseguia, acuava e matava um dos muitos timbus responsáveis pelo sumiço de gordas galinhas de minha avó.
Daquele contexto - o do meu mundo imediato - fazia parte, por outro lado, o universo da linguagem dos mais velhos, expressando as suas crenças, os seus gostos, os seus receios, os seus valores. Tudo isso ligado a contextos mais amplos que o do mundo imediato e de cuja existência eu não podia sequer suspeitar.
No esforço de re-tomar a infância distante, a que já me referi, buscando a compreensão do meu ato de ler o mundo particular em que me movia, permitam-me repetir, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. E algo que me parece importante, no contexto geral de que venho falando, emerge agora insinuando a sua presença no corpo destas reflexões. Me refiro a meu medo das almas penadas cuja presença entre nós era permanente objeto das conversas dos mais velhos, no tempo de minha infância. As almas penadas precisavam da escuridão ou da semi-escuridão para aparecer, das formas mais diversas - gemendo a dor de suas culpas, gargalhando zombeteiramente, pedindo orações ou indicando esconderijos de botijas. Ora, até possivelmente os meus sete anos, o bairro do Recife onde nasci era iluminado por lampiões que se perfilavam, com certa dignidade, pelas ruas. Lampiões elegantes que, ao cair da noite, se “davam” à vara mágica de seus acendedores. Eu costumava acompanhar, do portão de minha casa, de longe, a figura magra do “acendedor de lampiões” de minha rua, que vinha vindo, andar ritmado, vara iluminadora ao ombro, de lampião a lampião, dando luz à rua. Uma luz precária, mais precária do que a que tínhamos dentro de casa. Uma luz muito mais tomada pelas sombras do que iluminadora delas.
Não havia melhor clima para peraltices das almas do que aquele. Me lembro das noites em que, envolvido no meu próprio medo, esperava que o tempo passasse, que a noite se fosse, que a madrugada semiclareada viesse chegando, trazendo com ela o canto dos passarinhos “manhecedores”.
Os meus temores noturnos terminaram por me aguçar, nas manhãs abertas, a percepção de um sem-número de ruídos que se perdiam na claridade e na algazarra dos dias e que eram misteriosamente sublinhados no silêncio fundo das noites.
Na medida, porém, em que me fui tornando íntimo do meu mundo, em que melhor o percebia e o entendia na “leitura” que dele ia fazendo, os meus temores iam diminuindo.
Mas, é importante dizer, a “leitura” do meu mundo, que me foi sempre fundamental, não fez de mim um menino antecipado em homem, um racionalista de calças curtas. A curiosidade do menino não iria distorcer-se pelo simples fato de ser exercida, no que fui mais ajudado do que desajudado por meus pais. E foi com eles, precisamente, em certo momento dessa rica experiência de compreensão do mundo imediato, sem que tal compreensão tivesse dignificado malquerenças ao que ele tinha de encantadoramente misterioso, que eu comecei a ser introduzido na leitura da palavra. A decifração da palavra fluía naturalmente da “leitura” do mundo particular. Não era algo que se estivesse dando superpostamente a ele. Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras, co palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu quadro-negro; gravetos, o meu giz. (...)

Notas
(*) Trabalho apresentado na abertura no Congresso Brasileiro de Leitura, realizado em Campinas, nov. 1981.
Paulo Freire

(*) Texto na íntegra: http://ptmiriamfajardo.pbworks.com/w/page/19749764/A%20IMPORT%C3%82NCIA%20DO%20ATO%20DE%20LER%20-%20PAULO%20FREIRE

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Vinícius de Moraes...

Salve Vinícius!!!
Aos amigos... àqueles que me previlegiam com a dom de viver o pedacinho do céu na terra...
Obrigada Angélica Ribeiro Nobre!


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

É por querer!

Shiiiiiii! Silêncio!
Diz mais nada não, podemos apenas refletir no convite desta música que fala do amor em todas as dimensões, é agora:


:
 "só vim aqui, passei aqui por querer, para lhe negar desamor..."
Oswaldo Montenegro
O caminho é a hora, de passagem, salpicando amor!!!
Vamos juntos?! Vem comigo!!!